Não me recordava sequer do que era um momento assim...
Olhas o céu e um chamamento quase audível transporta-te e tu deixas-te ir na procura, sem saber bem o que é, sem saber bem a razão, sem saber...
Abres uma porta e clicas num botão após colocar um cartão, o som do motor pede-te o inicio de marcha e tu segues a rua. Vais virando e seguindo um caminho que ao fundo reflecte um brilhar no chão do horizonte...água. Segues e paras naquela ribeira, na tua ribeira e de tantos outros, na tua ribeira de tempos passados onde namoravas ou apenas apanhavas caranguejos, na tua ribeira onde acendeste lumes em noites de luar como este, rodeado de amigos e musica.
Um café? ok vamos a um café então, mas será que era só isto que me tirou assim com esta intensidade de casa...mas não o tomo dentro e saio para fora com a chavenazinha quentinha no fresco do cair do dia.
Vislumbro um horizonte que me faz parar com a chávena a meio caminho da boca, os meus olhos sentem magia no ar...o céu está fantástico e não existem ventos que te possam soprar para longe, tu estás onde foste levado a estar e começas a descobrir o porquê.
Segues com a chávena na mão até ao lugar onde já te sentas-te tantas vezes em catraio para mandar mergulhos e andar aos caranguejos, em adolescente para namoriscar, em jovem para namorar, pensar ou simplesmente...parar um pouco.
E então hoje algo me leva a parar e simplesmente contemplar o cenário que os meus olhos vêem no céu que percorrem do azul escuro do lado da serra até ao laranja avermelhado no horizonte do mar, uma autêntica magia de cores fantásticas neste céu de sempre neste guincho desta ribeira, onde eu me sentei tantas e tantas vezes sedento de vir respirar liberdade e o sabor a casa quando andava na faculdade.
O sabor hoje foi intenso, foi um parar com uma chávena de café que já estava frio quando o levo finalmente à boca...soube bem parar, observar, cheirar, sentir e sorrir para tudo sem medos e com lutas ganhas e outras ainda a travar. Senti um grito dentro, não um berro já, mas um grito.
Nada é tão transversal como o entender, no sentir do aroma que provei neste momento, que pouco a pouco caminhas e nunca sozinho por mais que pense que tenho que o fazer assim.
Escureceu e o respirar foi outro quando me levantei de novo...este guincho escrevia livros se ele conseguir ler pensamentos meus e tantos outros quando estive aqui.
O fresco da água e o fresco do anoitecer de fim de dia...não existem ventos que te possam soprar para longe, apenas para onde tu queres ir, porque só tu escolhes aqueles que queres apanhar para te fazer voar por aí.
Meu Deus, à tanto tempo...voltei...será...
Frequência de Vida - Thank You Stars
Abraços e Beijos
Voltamos sempre as nossas raizes, e nunca é por acaso, o universo é demasiado inteligente, mas muitas vezes nós não queremos ver.
ResponderEliminar"Meu Deus, à tanto tempo...voltei...será..." n voltaste sempre permaneces mas desta vez tiveste que dar mais de ti, porque era preciso, por um motivo ou outros conhecido ou desconhecido.
Olá mano...
Não será totalmente verdade essa certeza do sempre permanecer, mas não me abandonei por inteiro. Talvez tenha olhado muito para o lado e metido a cabeça em tudo o que podesse fazer não ver, não me ver, não parar sequer para me olhar até.
ResponderEliminarMas agora pouco a pouco vai lá, vais ver ;)
Abraços fortes