A “Grandeza” do Homem… Onde reside?

Todos sabem e afirmam, teoricamente, que a grandeza do Homem assenta nos seus valores, no seu comportamento, nas suas acções, na sua conduta em prol do próximo. 

No entanto, essa teoria nem sempre é praticada e contra mim falo também, porque errar é humano e virtude é apercebermo-nos de que errámos.

Ultimamente tenho lidado com Srs Drs, Srs Engs, Srs Dir, etc… e se muitos deles têm tanto de formação académica como de boa educação, outros existem que devem ter faltado às aulas de educação, mas não perderam as de arrogância e prepotência.

Hoje estou, provisoriamente, atrás de um balcão a atender estes senhores e a satisfazer os caprichos de muitos deles. E a revolta que sinto por aqueles que se acham superiores devido ao cargo que ocupam faz-me pensar no que somos, no que fazemos. 

Sei que já errei com muitas pessoas, por vezes inconscientemente, outras com mais consciência, umas vezes influenciada por “amigos”, mas o importante é ter percebido que errei e melhor ainda, ter remediado o meu erro. Não me lembro de ter mal-tratado alguém, certamente não o fiz, mas sei que já menosprezei pessoas e por motivos tão snobs como a forma como se apresentam, as pessoas menos populares e influentes com quem andam, … E também sei que muitas dessas pessoas também não vão com a minha cara, mas houve alguém que me abriu os olhos, mesmo sem saber, a par do contacto com os tais senhores com quem tenho lidado durante um mês. 

Um colega com quem nunca tive muito contacto e que me era quase indiferente. Sabia que ele existia e pronto! Esse colega encontrou-me na rua e perguntou-me porque não tinha ido às aulas. Ele sabia que eu costumo ir às aulas. Se calhar se ele faltasse eu não reparava. Eu respondi que estava um pouco adoentada. 

Desejou-me as melhoras e até me deu conselhos para que eu não piorasse. Fez-me por a mão na consciência. Senti-me mal…

No dia seguinte comentei o sucedido com um amigo e ele riu-se de mim. Na verdade, não me importei. Até fiquei com pena dele, porque eu dei-me a oportunidade de me redimir e ele continua na ignorância, continua a valorizar o aspecto físico, o ser-se popular, etc… popular onde? Num circulo de amigos minúsculo em comparação com um mundo gigante!!! Valorizar o aspecto físico?? Mas na verdade não passamos de… um amendoim! A casca (o aspecto físico) deita-se fora, tal como acontece com a nossa imagem que perde interesse quando não está arranjadinha, quando envelhecemos e já não temos uma pele lisa,… isto, claro, para quem dá supremo valor ao exterior. A meu ver cada fase da vida tem o seu encanto. Mas isso é assunto para outra reflexão. E o fruto propriamente dito? É esse o que interessa! É esse que se aproveita, que se come. 

E o mesmo deveria acontecer com os Homens. Deviam por de lado a casca e interessarem-se muito mais pelo interior.

E é nesse assumir que se errou, neste “ok, aprendi a lição e vou melhorar” que reside a grandeza do Homem e não nos cargos que se ocupa, na roupa que se veste, no carro e na casa que se tem. Tudo isso não devia passar de complemento à verdadeira beleza e importância de cada pessoa.

Fazendo esta reflexão comprometo-me também eu a melhorar e a aprender.

Frequência de Vida...

Blue October- It's Just Me

Título e Texto: Sofia Tavares
Imagem e Frequência de Vida: Jorge Valente


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