terça-feira, 4 de novembro de 2008

Dificuldades...Problemas...

Que movimentações acontecem quando tu não estás atento?

Que loucuras passam por ti sem sequer mexer um pouco contigo. Porque é que estás distraído, quando à tua volta respiram últimos fôlegos vivos?

Como serias capaz de explicar as tuas dificuldades, os teus problemas se quando olhas para ti não sentes nada de errado...ou mergulhas na crença de ser horrivelmente feio!

Não sinto que os problemas sejam definição de insegurança, de impossibilidades, de indecisões, de sofrimento, de repressão ou angústias. Talvez nunca se saiba como entender o problema verdadeiramente e o que procuramos e chamamos solução, no fim sejam apenas ilusões ou recursos vis de quem nada tem a perder ou a ganhar com essa procura aparente de resolução.

Porque não ser eu o próprio problema, porque dizer só que o enfrento e não que faço parte dele?

Porque não dormir com ele, aconchegar-lhe as mantas e mima-lo.



...buffffffffffffffffffff...


...na verdade, ele é o nosso verdadeiro "amigo", é fiel e não nos abandona.

Sente-se sozinho e persegue-nos quando não o queremos!

Ele é o auge máximo do valor desta palavra...persistência! Como que se de um ser vivo se tratasse, respirando o mesmo ar que eu e partilhando as minhas visões. Quando se sente à vontade comigo é destemido e usa os meus olhos para se alimentar e engendrar julgamentos que nunca serão da sua competência.

Mas no entanto ele faz isso com a maior das despretensões, sem pedir ou medir os efeitos do seu egocentrismo. Assume características de uma forma maravilhosa de vida que existe...a do Ser Humano.

Ele e outros seus amigos que vão entrando sem convite nesta morada, envelhecem-me e caminham ao meu lado sempre!

Então o porque da procura de respostas?
Parece ser um acto fútil, com um objectivo aparentemente de despender energias.

Ele é assim mesmo, um amigo que por vezes se ausenta, mas que volta sempre...sempre...sempre!

Sei o que ele significa e são muitas as vezes que o pressinto a chegar e um pouco amedrontado, abro as cortinas da janela destes meus olhos e tudo, deixa de ser um pressentimento para passar a uma realidade viva e presente.
A porta bate com força porque a educação nunca foi o seu forte. É detentor de muitas casas e terras, diria que será o mais rico do universo que conheço.

Mas os meus olhos vêm um pouco mais e nesta sensibilidade toda que uso para entender o problema, também sei usar as minhas ratoeiras, as minhas armadilhas que ficam gravadas na experiência da vida…porque ele me ajudou nesta experiência.
Assim quando vêm aqueles novatos cheios de sangue na guelra, encontram a porta fechada e perguntam-se eles do porque de não terem a chave certa para entrar como pensavam que aconteceria.


Cabe-me a mim ser inteligente, eu é que sou o ser racional e as respostas são as minhas trancas na porta.

Serei eu sempre forte, para aguentar as minhas procuras? Não sei.

Mas sei que nunca terei uma tranca que resista ao verdadeiro problema, aquele que será sempre o meu melhor amigo.
Porque não tenho trancas para mim e este será sempre o meu maior desafio...compreender-me e quando ele está de volta, com o saco cheio de dificuldades de uma longa ou curta investigação de como me tramar, vou abrir-lhe a porta, servir-lhe uma boa refeição e dar-lhe conforto. Na tentativa de o confundir e entreter até encontrar uma nova forma de o fazer viajar em busca de novas dificuldades.

Serei o vencedor enquanto tiver mais percentagem de tempo de compreensão do meu ser, ficando assim sozinho deste meu amigo, que andará sempre a preparar-se para voltar em força.
Nem sempre é assim e tive que o aceitar durante algum tempo em mim, abandalhou-me tudo, desorganizou, partiu...sei lá! Mas agora foi de novo à procura, porque acabou o tempo dele...por agora! por agora!


Frequência de Vida, quase perfeita!


James Blunt - Carry You Home










1 comentário:

  1. "Ele e outros seus amigos que vão entrando sem convite nesta morada, envelhecem-me e caminham ao meu lado sempre!"

    O que fez comentar, foi esta frase!

    Não percebo por vezes os teus textos e pensamentos, se calhar por serem muito teus mesmo.
    Mas "liguei" esta frase ao título e encaixei-a em mim...
    Dificuldades...Problemas, reais ou imaginários? Começo a perguntar-me a mim mesma, e alguem me fez hoje pensar assim também, ... Reais ou Imaginários!
    Mas o que sinto de há um bom tempo para cá é que se tornaram reias em mim, e como diz a frase, me envelhecem e assim me sinto... envelhecida, derrotada, dominada por eles ao ponto de ter medo de enfrentá-los...

    Como dizes, será que lhes tenho que pregar partidas? Enganálos? Ou antes misturar-me com eles e enfrentá-los e viver com eles...e crescer, rejuvenescer...não ter medo...

    Pode não ser o sentido que deste ao texto, mas como disse no início, cada um lhe dá o sentido que lhe vai na alma e tudo por vezes se parece adequar ao que se passa conosco.

    Desculpa o desabafo... ou a má interpretação, mas sei que ninguem vai levar a mal.

    Beijos
    Cátia Lima C.F.1000

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