sexta-feira, 14 de novembro de 2008

Um pouco de Ti!

Seguras nas mãos um Globo que pensavas inocentemente ser azul...terá espasmos de cor por ventura, mas direi que antes se descreve por tons cinzento e uns brancos magníficos, mas detentores de pouco espaço visível e temporal.

Por vezes sentes que, por alguma razão, não deverias permanecer aqui, perto de tudo e apenas com uma transparência que acaba por te tornar invisível. Esta invisibilidade que para ti te desgasta e derrota, sem piedade ou cumplicidade deste Globo, que na mais nu das crueldades se ri no teu rosto tão límpido como oculto e te mata.

Mas nunca desistes e isso faz de ti alguém que na profundeza do teu verdadeiro Ser, pode ser entendido como um Ser Humano diferente.

Detestas que te descrevam como um Ser especial e serenamente justificas que não, apenas mais um Ser no meio deste Globo a transbordar de Vidas perdidas e achadas.

Sem saberes vais destruindo na tua passagem cenários de magias e perfeições que tocam o irreal...e no entanto tão saborosas como as que crias, idolatras e constróis na tua cabeça.

Quantas vezes não jogaste os dados numa arena na busca de percepções, olhares, consistência...procura da magia que criaras no teu imaginário de emoções e sentimentos ténues de quem navega sem conhecimentos e apenas confiando nos ventos.

Sentes o som dos bombos a chegar e no nevoeiro ainda não vislumbras qualquer aparência com forma ou cheiro...apenas sentes o coração a vibrar por mais uma chegada a lugar desconhecido.

Como que ostentando o peso de uma humanidade, ergues-te na proa da tua viagem e com um ar de criança deixas os teus olhos criarem a ilusão do engano e com voz de comando soas a ordem do nada, quando paralelamente cresce em ti um friozinho pela espinha, provocado pelo aroma do visto e novamente ignorado...apenas porque não suportas mais esta luta desigual.

Saber o porque dos sonhos, o porque destes sabores que sentes, quando por demérito teu denotas que nada fazes e por essa mesma razão nem devias estar a questionar esta ideia.

Na verdade sentes que por momentos seguraste as chaves das portas, mas as ruas estão cada dia mais frias e os tons cinzentos crescem com uma força vazia de esperanças e coragens.
Os ventos já sopraram fortes e com Vida, mas agora sentes que não conheces estes novos ventos, mas pior seria não tentares....

Então sem explicações possíveis e conquistáveis de um ser terreno sozinho e abandonado, tu depositas as tuas últimas forças, esperanças e coragens num espelho que sempre foi a tua vida e um espaço vazio começa a preencher-se.

Nesta lucidez que dirias louca, tu apostas tudo apenas na tua procura e no fundo voltas a escutar os tambores a crescer...crescer, crescer e voltas a sentir que não dormes sozinho.


Escuta esses Tambores, esses Bombos a crescer...



Frequência de Vida: Coldplay - Viva La Vida





1 comentário:

  1. eu rufo o meu tambor para ti para que saibas que nunca te abandono meu amigo* =)

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