sábado, 25 de setembro de 2010

Por entre artigos, entrevistas e montagens...encontramos os Carris...



Pela janela do comboio da vida vê-se o caminho riscado... por pedras, trilhos de areia, sebes e flores...

As carruagens são muitas, em cada uma várias janelas lembram os tantos anos que passaram e o que estão para passar por cada um... Ao fundo o horizonte. Azul ou cinza. Com o sol a pôr-se ou totalmente enevoado. Depende do dia. A cada hora, diferente.

Diferente. Porquê diferente? 

Porque o nosso comboio da vida, apesar de ter uns carris próprios, segue em paralelo com tantos outros comboios recheados de vida!
Apenas páro nesta estação e percorro o caminho do pensamento, recordações e memórias. Uns sorriem. Outros acenam. Há alguns que hoje já não me conhecem. Mas continuam lá, paralelamente.

Recuo ao dia que, através de olhares e sorrisos simples vislumbrei o teu comboio de vida. Era simples, tudo tão simples, tão fácil e ao mesmo tempo tão fraterno. Os nossos carris algumas vezes se cruzaram. Rimos e cantámos juntos. 

Trabalhámos. 

Também sonhámos e rezámos. 


As linhas do comboio compõem "desenhos" que, ziguezagueando, sempre tinham um rumo, bem direccionado. Nestas linhas disntuia-se bem a espontaneidade dos sentimentos e das atitudes.

Entre "dois irmãos" na mesma fé bastava um olhar. Quantas vezes apenas surgia isso?


Depois vinha o sorriso...Outras vezes o abraço.


Faz falta neste Mundo o entendimento na fé! 



Perceber que os comboios da vida podem parar, serenar e amar. Afinal o Maquinista de serviço é o mesmo e só nos quer levar à felicidade. Mesmo que não conheçamos o caminho, não queiramos ir ou tenham receio do comboio de lado...

Por isso surgem as pontes... para quando for necessário atravessar montes e vales, rios e colinas, seja mais fácil a união.
Que os carris continuem paralelos na vida, atravessando as pontes e cruzando caminhos onde a meta seja sempre o Amor.


Frequência de Vida...

Pontes entre nós - Pedro Abrunhosa







Post: Sónia Neves




Amiga, como não tinhas o título tomei a liberdade de o fazer eu... beijo.

quarta-feira, 22 de setembro de 2010

Amo-te II




Sentir que somos importantes para alguém, é simplesmente sentir a vida, o sonho, principalmente se este alguém és tu.



Frequência de Vida


Thank you for loving me






Post: João Rocha

domingo, 19 de setembro de 2010

A tua sombra.

Li um dia num dos teus textos algo muito interessante sobre a nossa sombra, não vou usar as tuas palavras nem sequer tentar escrever da tua forma, pois acho-me incapaz de o conseguir.

A sombra de um dia quente de Outono nas minhas costas, faz recordar-me de momentos e tempos contigo. As preparações para novos inícios e ao que apelidavas de "lutas" na vida, entravam em mim como impossiveis de realizar ou conseguir.
No entanto com o teu toque e modo de estar na própria vida, foste preenchendo outras vidas que nada te davam e apenas consumiam.

Um dia perguntei-te se valia a pena pensares tanto, dares tanto de ti ou mesmo vergar-te às circunstâncias que não gostavas de ver acontecer ao teu lado com os outros e com o mundo. Tu com um pensamento definido mas que te sai facilmente da cabeça sem demoras, foste-me explicando que de nada vale viver se tudo estivesse realizado e correcto. Gostavas da possibilidade mágica de tudo poder ser perfeito, mas confiavas que as lutas que aceitavas e desafiavas os outros a aceitar contigo, eram parte fundamental para crescer e ser.

Naquele dia, em variadissimas questões naquela sala com +/- 22 pessoas, tu foste aquela que teve coragem de responder a todas por escrito no momento e em frente a todos.

Naquele silêncio que provocaste só por te sentares em frente a um teclado que projectava numa tela imensa que era uma parede branca as minhas perguntas e as de todos, tu tiraste 5m para ler cada uma e depois uma a uma foste escrevendo ao momento a todos.

Nunca tinha visto algo do género, sem medos, sem angústias...sem máscaras. Quase senti que uma venda te foi colocada por nós e tu com os teus dedos e expressão facial fizeste a simplicidade surgir em cada resposta.

Existem depois disso muitos momentos contigo, mas esse não vou esquecer mais na minha vida. Tamanho desafio a que te propuseste e sem conhecimento do que poderia sair dali, sem nos conheceres sequer...tocaste cada um de nós.

A tua sombra é mágica e acompanha-me sempre quando preciso e bastou um momento longe do comum mortal para te sentir. Não vou esquecer aquela lágrima naquela pergunta que te fez parar com os dedos em cima do teclado, não vou esquecer aquele respirar de quem se vai partir todo a responder e mesmo assim respondeste por entre lágrimas que ias limpando do rosto...sozinho.


Aquela sombra que quis saber e conhecer um dia, a tua sombra e o teu olhar foram entre muitas coisas lindas que encontrei na vida até hoje, das melhores. Nessa sombra vejo-me sempre a correr e a seguir em frente.



Um obrigado pela existência, coragem, força e não a ti porque entendo o que me explicaste um dia sobre isto. Vai voltando sempre que der para ti porque precisamos sempre de um abraço dos teus, um apoio e ajuda tua. Gosto de ti pela capacidade que tens de te entregar, mas também pela capacidade que tens de entrar e sair de mansinho de lugares onde outros se sentiram importantes em outros tempos, onde os de hoje da mesma forma se sentem importantes e no meio de tudo isso restas tu...aquele que entrou no coração e vai para sempre ficar e que sempre mostrou o que era importante fazendo-se sempre pequeno. 


A vida como a apresentas torna-se sem qualquer dúvida um sabor e uma intensidade única em cada lugar e momento.

Beijinho e desejo que tudo corra bem nessa nova aventura consolidada que queres fazer avançar e sentir.

Eu e todos vamos estar sempre atentos a ti de uma forma ou de outra, mas sempre com imenso carinho e afecto. Foste capaz de nos fazer confiar que tudo é possível, que tudo está no nosso horizonte e que a nossa sombra deve correr mesmo quando estivéssemos parados, pois bem, hoje devolvo-te tudo isso e que a tua sombra que nunca permanece quieta enquanto paras, corra sempre contigo.



Frequência de Vida



Alicia Keys - Empire State Of Mind









Post: J.T

sexta-feira, 17 de setembro de 2010

Um dia…

Um dia pus-me a pensar no porquê de existirem várias estações no ano e na sequência que as caracteriza. Reparei que cada uma delas tem características próprias que se podem assemelhar a diferentes fases da nossa vida. Senão vejamos…

Chega o Verão e, com ele, aquele sentimento de irreverência, de adrenalina e de limite desmesurado. Sentimos o calor a queimar-nos a pele, a roupa fresca a balançar com o vento e todo o impossível perde a intensidade mística e inalcançável para dar lugar a um sonho precioso, consistente e realizável. 
Para uns implica o soltar das amarras, para outros o respirar de alívio. Implica ainda dar férias ao medo e à desconfiança, abrindo portas para a fé e a confiança de que, se os problemas não se resolvem, pelo menos ficam mais leves e menos caóticos. 

Esquecemo-nos é que, no fim de contas, quem se encontra mais despreocupado e mais crente somos nós. Encaramos esta estação como a libertação e o altruísmo do nosso ser, deixando de parte complicações e frustrações. Nada muda com o tempo… Quem muda somos nós porque desligamos o complicómetro. 

O tempo quente tem a capacidade de nos incendiar os sentimentos e despoletar a irracionalidade para que não passemos a vida a pensar… antes sentir! Mas com o fim do mesmo, volta a necessidade de racionalizar o tempo e o espaço que nos vai acolher durante a preparação do Inverno rigoroso.
Chega então o Outono, uma estação mais calma que nos convida a regressar lentamente a uma calmaria de alma que é necessária quando se vive intensamente e sem reservas. 

Um dia pensei que o Verão seria a estação da minha vida… até ao dia que me mostraram que o Outono conseguia ser minimamente produtivo em termos de crescimento e aprendizagem! Há tempo para tudo no caminhar que escolhemos para a nossa vida… O problema reside no conformismo que depositamos quando chega o Inverno.
Chegam as primeiras chuvas, o tempo escuro e a alma complica. Deixa o seu brilho para segundo plano e quer acreditar que pouco ou nada se pode fazer por ela a não ser se fechar na sua casa até que os primeiros raios de sol surjam. Mas o tempo mudou caríssima!! Temos sol no Inverno, chuva no Verão e não podemos ignorar a evolução dos tempos. 

Não nos podemos prender ao estipulado num passado que nada tem de actual. Temos que nos adaptar… E é aqui que bloqueamos. Somos aversos à mudança, aquela que nos vai virar a vida do avesso e complicar o que já não faz sentido mas que teimamos em enxergar que sim.

“Triste não é mudar de ideias. Triste é não ter ideias para mudar!” – Tão cliché e tão verdadeiro. 

Perdemos tempo ao focalizarmo-nos nos aspectos negativos de uma mudança, ao impedir que ela aconteça para não quebrar a redomazinha de vidro que julgamos que nos protege, quando afinal estamos a matar o tempo e o inevitável… mas só por uns instantes, porque acabarão por conseguir dar a volta e aniquilar-nos!
Inevitavelmente tenho vivido no Inverno da minha vida desde que teimaste em julgar que não seria forte o suficiente para lutar por algo que vivemos. E que algo é esse afinal? Julgaste possível defini-lo para posteriormente me meteres à prova? Eu respondo: Não! Não sou, nem nunca fui, gente de muita indecisão. Gosto de saber o que vivo e como vivo, deixando os rótulos para trás mas fazendo sentido o que se propicia. Simplesmente deixou de fazer sentido… porque aquilo que um dia apelidavas de algo simples e básico, complicou-se ao ponto de descontrolar sentimentos. E agora podes julgar-me ao dizer que não vivo bem no descontrolo… e antes que mais vidas se pudessem descontrolar, mudar e entrar em ruptura, preferi aniquilar só a minha como forma de amor por aquilo que criei e vivi. 

Não sou fraca mas antes corajosa. Optei por não viver a irreverência do meu Verão, pensando em consequências para mim e para os outros. Suicidei-me para que tu e os outros não tivessem de abdicar do Verão. Nunca mais voltes a ser prepotente e a pensar sequer que não te amei. Amei sim, mais do que aquilo que alguma vez tencionei admitir. Acabaste por criar o fosso entre nós quando te olhei nos olhos e não vi a confiança e a certeza de outros tempos. E, em vez de te provocar até que uma síncope qualquer te assaltasse e fizesse perder o rumo, decidi por ti. Talvez não tenha sido a atitude mais correcta mas foi a que me foi permitida sem grande contestação. Agora que encontraste o teu caminho e o teu ideal de vida fico feliz por ti e por não ter causado muito estrago.
Poderei, então, sair do Inverno e repousar no Outono. Quando me sentir de novo segura irei viver o Verão da irreverência com outra pessoa que saberá sem dúvida dar valor à minha coragem e ao meu amor e aí sim, sorrirei ao ver as flores da Primavera desabrocharem como que a celebrar a minha vitória. 
Quando regressar ao Inverno, a uma noite qualquer que antecipe o Natal, espero estar bem acompanhada… e quando recordar a nossa noite ela não trará angústia de sentimentos mas alegria por poder sentir-los e vivê-los sem reservas. É aí que a minha vida recomeçará… com as estações do ano ao contrário… porque eu só sei ser diferente! 

Um dia…



Frequência de Vida...

Matisyahu - One Day








Post: Ky*

terça-feira, 14 de setembro de 2010

Soubessemos nós amar mais…

Não, não vou definir amar porque não o saberia mas acho sempre que poderíamos amar mais e mais. O dia toca-nos com uma simplicidade e exigência que nos provoca essas vontades e que ao mesmo tempo faz ainda sentir mais as limitações. Mas, se não fosse assim não seria o mesmo desafio.
Cada vez acho mais que o desgaste do dia a dia será menos significativo quanto mais formos assim. E isso é também uma aprendizagem.

Aprender a amar mais a nossa profissão/ocupação, as pessoas com quem nos cruzamos todos os dias, principalmente aquelas que nos alteram os humores (a tolerar, pelo menos), as que requerem paciência, atenção, caridade, assumir uma tranquilidade que nos permita estar atentos a algumas facetas e ao interesse ou validade (quando parece desinteressante) do que nos vamos ocupando.

E ser mais activo a dedicado aos outros e às causas. Muita coisa nos cativa e atraí mas a realização pessoal só se consegue se passar também por aí!
Pode-se afirmar que isso nos pode pôr em causa, por vezes, o nosso percurso, o delinear dos nossos traços, por vezes com contornos frágeis. Mas se esses traços forem também sensíveis os contornos ganham outra nobreza, que um dia nos há-de dar identidade e carácter.

O nosso carácter pode ser assim, se quisermos, o de quem arrisca mesmo por algo que aparentemente possa parecer pouco, que não se acomoda.
Fala-se tanto de auto-valorização, de inteligência emocional…
Diz-se ridículo pôr-se a si em causa por um motivo que não nos pertence. Será?
 Pertence sim, porque somos de todos, porque pertencemos todos a um mundo que nos acolhe e nos pede que nos acolhamos nós também.


Pôr-se em causa? Mas isso é preciso ou não seríamos nós seres à descoberta de si. E não é por falta de inteligência, porque em determinado momento abdicamos de algo menor, mesmo que mais fácil, mas por haver algo mais importante e que trará um prazer diferente, o que vem de dentro e nos preenche. Falta de inteligência era se não averiguássemos os riscos. Mas podemos averiguá-los e aceitá-los na mesma. São eles que nos alimentam e enriquecem.








E muito mais se poderia dizer quando se olha à volta e se vêm iniciativas que são tão louváveis e, por outro lado, tanto povo parado, desacreditado.
Temos que nos deixar mover , escolher um dos lados… O que mais custa entendo que é o que nos fará pessoas mais felizes e conscientes.

Não é fácil começar, tomar essa engrenagem, mas por vezes são-nos dadas possibilidades e são  essas opções repetitivas que nos fazem embarcar e apurando os nossos traços intuitivos.

Saber amar não é um segredo que cabe a pessoas especiais que nasceram com um dom qualquer que não se consegue ver porque é mágico. Acredito que todos sabemos amar se aceitarmos amar, e isso virá a traduzir-se na nossa sensibilidade, perspicácia e opções.
Temos o nosso lado profundamente racional e egoísta, o que complica muito, mas pode-se tentar;)


Dito à moda americana – “Do you in or do you out!”  :pppppp


Escolho a imagem anterior porque queria postar um rosto. E é o rosto de uma criança que traduz a inocência de quem ama, o rosto dotado de desinteresse, a naturalidade de expressão e do gesto.

Na música não me safo tão bem. Deixa cá ver…

N era bem isto mas ate tem a ver.


Frequência de Vida...



Norah Jones Live Dont Know Why






E beijinhos para vocêsses :p

Post: Graciete Henriques 

sábado, 11 de setembro de 2010

Fondue de sabores

Para mim, esta expressão devia ser sinónimo de “vida”. Porque a vida é isto mesmo, um fondue de sabores, uma mistura de sabores. Sabores bons, doces, apimentados, suaves, suculentos, apetitosos… hmmm…. E outros salgados, amargos, azedos… Mas são estes sabores que dão piada à vida! E é por estes sabores que devemos arriscar, devemos voar sem medo de cair… até pode correr mal, até podemos não acertar na receita, mas faz tudo parte da aprendizagem, faz crescer, amadurecer.

Agora para ti que sabes quem és. Contigo experimentei sabores intensos, profundos, doces, picantes e refrescantes ao mesmo tempo, sabores daqueles que apetece degustar lentamente, e repetir, e deixar o sabor se derreter na boca, nos lábios, no corpo, e repetir… hmmm… e repetir… a paixão.

Porque não há bela sem senão, esses sabores andaram de mãos dadas com outros menos agradáveis. Outros aromas se impuseram: amargos. Dor, mágoa, sofrimento… consequências do arriscar, do voar em busca de novos sabores. Porque não estamos sozinhos, porque há mais alguém relacionado a nós, porque alguém não pode voar connosco, porque estamos a voar com uma terceira pessoa.

Mas voltando aos sabores bons, são esses que quero guardar na memória, são esses que me fazem sorrir, me fazem voar em pensamento, descobrir um novo eu… tão bom…! 


FORAM sabores que teimam em SER sabores. Não me querem deixar e eu também não os quero deixar partir.


Deste-me um novo olhar ao meu olhar sobre as coisas… aprendi e continuo a aprender coisas novas e descobri-me, de certa forma. 

Tens muito para dar e eu muito para receber. Mas também tu podes aprender comigo… Tenho sede de ti e um banquete para te oferecer.




Neste momento temos os nossos condimentos no armário, mas tempos houve em que se misturaram e tempos poderão voltar em que voltarão a se misturar, criando saborosas combinações como sempre aconteceu. Para já tenho o refogado em lume brando e os ingredientes estão prontos. 

Só falta o momento certo para aplicar os temperos apropriados!

Fico sentada à varanda, com um copo de vinho na mão, e aquele teu objecto tão querido na mesinha de cabeceira, e estou a olhar para o horizonte à espera dos ventos que trazem a resposta. Voltarás ou não…


… e ainda sinto o teu cheiro. “”

Frequência de Vida - 

            


Mafalda Veiga- Era uma vez um pensamento teu











Post: S.T.

terça-feira, 7 de setembro de 2010

Carta sobre um tesouro no mundo


Caríssimo e amado amigo
 
Insondável, esta vida...
Sim, enigmática e misteriosa desde a sua génese. Um verdadeiro milagre que nos transcende, que ultrapassa em beleza inexplicável qualquer outro conceito, que se define como sendo o próprio esplendor em cada pulsar e de cada vez que respiramos. Tu sabes! Foste Tu que a criaste. Não obstante, em tantos momentos, parece que ficamos presos à intensidade da escuridão. A escuridão... apenas, e para mim, a inequívoca ausência de amor, tome ele a forma que tomar. Na minha visão do mundo, é a dolorosa ausência de uma essência que se faz de Ti! Tua...
 
Esta manhã, na lentidão das horas de quem não tem agenda, mantendo-se de costas voltadas para a correria do quotidiano que, de resto, aí vem para se reacender e nos reacender em projectos e compromissos, via o noticiário com o meu filho. O breve testemunho de uma outra criança chegada de um cenário de revolta e com laivos de guerra, depoletou em ambos um abraço imprevisto, coincidente, esboçando uma espécie de telepatia que só explico por via de uma empatia amorosa. "Podia ser eu, mamã" - palavras que ferem, sobretudo pela intensidade da inocência e da sensibilidade de quem ainda não viveu o suficiente; mas mesmo nesta insuficiência de experiências e de vivências, foi-lhe suficiente para constatar que "aquilo" não estava certo... que a guerra magoa e que a ausência de paz e de fraternidade pinta-se de escuro, longe de Ti.
 
Curioso... não temos de torturar a visão, rumo ao televisor, para ver a Tua ausência, pois não? Eu sei. Pode começar no mais intímo de cada um de nós e daqueles que navegam connosco. Mas também sei que esquecemos de procurar, de anunciar e de insistir no que de melhor se faz por aí, em prol da esperança e da existência de um mundo bom e que nos esquecemos de dizer aos nossos filhos, por causa da correria do mundo, que no mapa da vida há tesouros imensos, de gente anónima... tesouros feitos de momentos lindos, mais... de um deslumbramento estondeante em humanidade, porque se fazem de Luz, porque se preenchem de Ti e con'Tigo. Porque, afinal, o amor é-nos acessível e desde a génese que assim Tu o quiseste. O amor brota de Ti e de Ti somos parte. Como um elixir! Aprendamos a amar, em pleno. Digamos às nossas crianças quem são pintores de um mundo mais ao teu jeito. Somos sim,  todos jovens pupilos e possíveis pintores. A diferença está se Te ousamos escutar, amigo e Mestre.
 
É que escutar, já é um passo ...
Love   actually is... all around. Se prestarmos atenção e se abraçarmos (a vida) mais vezes...
 
Na frequência da vida, eu ... na voz inconfundível de Joni Mitchell e com imagens de um belíssimo filme






 
                                                                                                                                                    Post: C.A.

sábado, 4 de setembro de 2010

(A)MANHÃ

Hummmm… esta manhã sinto-me…
AQUI!

É bom o que estou a sentir… os dedos das mãos, os dedos dos pés, o pescoço a estalar da almofada baixa… Sinto-me um pouco desorientada e prestes a mudar o meu centro de gravidade.
“Espera! Não te levantes depressa, usa a técnica que te ensinaram há sete anos atrás, aquela em que colocas todo o teu peso em cima do teu braço”.

O pulso estala. Estou mesmo aqui, esta manhã.

O tempo fresco faz-me lembrar que posso voltar outra vez para a cama, depois deste mimo e preocupação de acordar alguém querido.
Não me interessa se trabalho, se estou de férias ou desempregada, porque hoje eu estou aqui e estou viva! Mais uma noite passou e mais uma manhã nasceu.

Estranho pensar assim!
Mas tu já pensaste assim.
Pensamentos longínquos que ficaram no tempo, porque estás exageradamente preocupado com as banalidades e preocupações do dia.

Quase te oiço dizer com tristeza:
“Ninguém me quer.”
“Amanhã tenho que ir trabalhar.”
“Pensa bem antes de teres filhos, é muito complicado.”
“Sou mal pago.”
“O país está uma miséria.”
(…)

Ainda permaneces num sono profundo algures entre o que fazes e o que desejas ser e fazer. Mas não consegues seguir em frente, porque algo te está a impedir de seres feliz. Não consegues acordar e permaneces nos sonhos, algures entre aqueles que são pesadelos e outros tantos que não percebes.

Alguns querem-me compreender. Uns pensam que conseguem, outros nunca conseguirão, mas tu, amigo, mesmo sem falares sabes parte daquilo que eu sinto, mas processaste a vida de maneira diferente e seguiste um caminho que não tem nada a ver com o meu.

Tu sabes como é importante acordar todas as manhãs.
Tu sabes como é importante ter saúde.
Tive pena que não estivesses ao meu lado no dia 15 de Agosto, para ouvires aquelas palavras finais.
Mas tu sabes que a carapaça serve para defender da hipocrisia que por aí anda e que a ironia protege algo tão nosso, que pensamos que nos foi roubado, mesmo sabendo de tudo o que Ele nos deu em troca.
Então, o que esperas?
De que tens receio?

Esperaste tanto tempo que já te esqueceste de usar o coração, como quando eras crianças e brincavas nos campos de trigo. Agora usas a cabeça, porque se não o fizeres a sociedade devora-te e tu magoas-te sempre que sobes a tua montanha.
Não tenhas medo! Podes ter receios, sim. É legítimo e faz-te bem para não correres riscos desnecessários.
Mas não tenhas medo de amar, porque o amor é um sentimento puro que cresce com o passar dos anos e quando amamos não temos medo de arriscar, porque tudo aos nossos olhos é possível.

Tu pensas que eu sou romântica? Talvez. Adoro a chuva, as folhas das árvores no chão, o som das ondas do mar, as florestas… adoro tudo o que na natureza tem ciclos, pois representam a renovação.
A vida também tem ciclos e por vezes é necessário fechar uns para nos abrirmos a outros, sem receios e sem medos.
Sabes que Deus tem um plano para ti e que ele é bonito, mas não esperes que ele aconteça. Fá-lo acontecer.

Eu sei que não acordas todos os dias como eu e não sei se isso me faz feliz ou não!
Tenho a certeza que à medida que vou crescendo, vou perdendo pessoas que amo muito, mas a vida não faz sentido se o amor não for puro e intenso e, para ti que acreditas, a esperança e a paz acompanhar-te-ão sempre.
Então, se o amor é tudo isto, sim… talvez seja feliz ao acordar, porque a primeira coisa em que penso não é o facto de estar atrasada para o trabalho, mas sim o estar aqui.
Não passo muito tempo a pensar nisto, mas penso todos os dias que te posso perder e posso já não te ver amanhã, por isso as minhas despedidas são doces e meigas, mas também cheias de recomendações :)

Talvez pense assim pela fase que me encontro, ou então nem todos têm acesso a este sentimento. Talvez aqueles que entregaram a vida nas Suas mãos, verdadeiramente o entendam… que há coisas muito importantes na vida, para serem adiadas… que o amor conjunto é capaz de ultrapassar barreiras e dificuldades… que o amor dá-nos coragem para avançarmos com as decisões que temos em mãos… as mesmas mãos que sinto ao acordar.

Há um tempo atrás todos ficaram fascinados com as declarações do António Feio - “Sejam felizes, não deixem nada por fazer e nada por dizer.” Palavras bonitas que já te esqueceste, porque as ouviste mas não as sentiste. Espero que nunca as tenhas que sentir assim, mas também espero que percebas que, para além de sonhar, é bom concretizar os sonhos, porque não sabemos se há amanhã.
Sabemos que existem muitos amanhãs, porque assim o queremos e assim o sentimos, mas não sabemos mais nada para além disso.

Então, não tenhas medo!
Sim, tu que estás a ler… não tenhas medo, porque a vida vai muito para além daquilo que vês, sentes, ouves e respiras. É um verdadeiro dom, desde o dia que nascemos até ao dia que morremos.
Acorda!
Sente que estás aqui e que tudo o que sonhaste é possível hoje, porque hoje estás viva e o que desejas acontecerá, porque tu mereces ser feliz.

E porque nada acontece por acaso, aqui fica uma frequência de vida, cujo videoclip começa de uma maneira que não poderia ser diferente…



"Morning Yearning", Ben Harper 



http://www.youtube.com/watch?v=rqbcV39Sq1o                                                                                                      






Post: Ana Matos
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Observação: O video têm que carregar no link que acede directamente ao youtube. Este video está bloqueado a incorporação foi desactivada no nosso país, daí só ser possível ver no youtube directamente.

Jorge Valente
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